ETERNA DÚVIDA - Um diálogo nem tão improvável assim
Personagens: Sal e Dedê
Sal – Ai, Dedê, não sei não. Estou achando complicado essa história toda.
Dedê - Como assim?
Sal - Bateu um medo agora.
Dedê – Agora?
Sal – É.
Dedê – Não brinca Salzinho. A gente não treinou todo esse tempo pra nada, né?
Sal – Não, acho que não.
Dedê - Então, pronto. Vai lá e faz o que tem que ser feito.
Sal - Sei lá. Estou em dúvida.
Dedê - Você não sabe o que tem que fazer?
Sal - Sei.
Dedê – Eu não te dei as instruções?
Sal – Deu.
Dedê – Eu não te falei que vou ficar de longe te vigiando?
Sal – Falou.
Dedê – Então, mais do que isso eu não posso fazer. Você sabe que eu não posso aparecer. Agora é contigo Sal.
Sal – Tô com cagaço.
Dedê – Você não confia em mim?
Sal – Claro, Dê.
Dedê – Então presta atenção. As instruções estão aí nesse papel. Faz o passo a passo, com calma. São dez ao todo. Não vai levar muito tempo. Não tem erro. É chegar, fazer e voltar.
Sal – Eu entendo, mas o problema é que os caras lá são mais malucos do que eu pensava. Está um puta climão naquele lugar.
Dedê – Sal, você não estará sozinho. Eu já entrei em contato com a família que vai te hospedar. O Zé vai estar com a mulher dele te esperando. O lugar é bem simples, afastado, mas me parece acolhedor. Lembra uma fazenda. A essa hora, eu acredito que eles já devem estar te esperando.
Sal – E a questão da grana?
Dedê – Fica tranqüilo que está resolvido. Contratei três caras que vão te encontrar lá na fazenda pra te dar algum. Eu deixei tudo a cargo do Gaspa. Ele está sabendo de tudo e vai aparecer algumas horas depois da sua chegada.
Sal – E depois?
Dedê – Depois você vai da fazenda pra cidade e começa com o lance das historinhas que te falei.
Sal – Será que eles vão acreditar mesmo nisso?
Dedê – Lógico que vão. Você mesmo não disse que eles estão todos malucos?
Sal – Mas e como é que eu faço pra me comunicar com você caso tenha algum problema?
Dedê – Eu realmente não tinha pensado nisso.
Sal – Eu não posso olhar pra você como quem não quer nada?
Dedê – Pode ser. Até porque, no meio da confusão, eles não vão nem lembrar da minha existência. A princípio, eu acredito que eles não desconfiarão de nada, mas podemos fazer melhor.
Sal – O quê por exemplo?
Dedê – Você olha pra mim e, disfarçadamente, faz o sinal da cruz. Aí eu já sei que você está precisando de alguma coisa e tomo uma providência imediata.
Sal – Assim está melhor.
Dedê – Ah, e não se esquece. Se alguém perguntar, pode até falar que é meu filho, coisa e tal, mas tente manter a linha pobretão, pé descalço, barba por fazer, sacou?
Sal – E a questão do nome?
Dedê – Bom, eu tinha pensado em Salvador mesmo, mas acho melhor mudar pra Jesus Cristo. Salvador pode dar muito na cara.
Sal – Beleza.
Dedê – Então tá fechado.
Sal – Ok!
Dedê - Vai lá filhão. Qualquer coisa já sabe, sinal da cruz. Papai estará aqui te olhando.
Sal – Obrigado Dê.
Dedê – Vai com fé que essa história vai dar um livro.
Dedê - Como assim?
Sal - Bateu um medo agora.
Dedê – Agora?
Sal – É.
Dedê – Não brinca Salzinho. A gente não treinou todo esse tempo pra nada, né?
Sal – Não, acho que não.
Dedê - Então, pronto. Vai lá e faz o que tem que ser feito.
Sal - Sei lá. Estou em dúvida.
Dedê - Você não sabe o que tem que fazer?
Sal - Sei.
Dedê – Eu não te dei as instruções?
Sal – Deu.
Dedê – Eu não te falei que vou ficar de longe te vigiando?
Sal – Falou.
Dedê – Então, mais do que isso eu não posso fazer. Você sabe que eu não posso aparecer. Agora é contigo Sal.
Sal – Tô com cagaço.
Dedê – Você não confia em mim?
Sal – Claro, Dê.
Dedê – Então presta atenção. As instruções estão aí nesse papel. Faz o passo a passo, com calma. São dez ao todo. Não vai levar muito tempo. Não tem erro. É chegar, fazer e voltar.
Sal – Eu entendo, mas o problema é que os caras lá são mais malucos do que eu pensava. Está um puta climão naquele lugar.
Dedê – Sal, você não estará sozinho. Eu já entrei em contato com a família que vai te hospedar. O Zé vai estar com a mulher dele te esperando. O lugar é bem simples, afastado, mas me parece acolhedor. Lembra uma fazenda. A essa hora, eu acredito que eles já devem estar te esperando.
Sal – E a questão da grana?
Dedê – Fica tranqüilo que está resolvido. Contratei três caras que vão te encontrar lá na fazenda pra te dar algum. Eu deixei tudo a cargo do Gaspa. Ele está sabendo de tudo e vai aparecer algumas horas depois da sua chegada.
Sal – E depois?
Dedê – Depois você vai da fazenda pra cidade e começa com o lance das historinhas que te falei.
Sal – Será que eles vão acreditar mesmo nisso?
Dedê – Lógico que vão. Você mesmo não disse que eles estão todos malucos?
Sal – Mas e como é que eu faço pra me comunicar com você caso tenha algum problema?
Dedê – Eu realmente não tinha pensado nisso.
Sal – Eu não posso olhar pra você como quem não quer nada?
Dedê – Pode ser. Até porque, no meio da confusão, eles não vão nem lembrar da minha existência. A princípio, eu acredito que eles não desconfiarão de nada, mas podemos fazer melhor.
Sal – O quê por exemplo?
Dedê – Você olha pra mim e, disfarçadamente, faz o sinal da cruz. Aí eu já sei que você está precisando de alguma coisa e tomo uma providência imediata.
Sal – Assim está melhor.
Dedê – Ah, e não se esquece. Se alguém perguntar, pode até falar que é meu filho, coisa e tal, mas tente manter a linha pobretão, pé descalço, barba por fazer, sacou?
Sal – E a questão do nome?
Dedê – Bom, eu tinha pensado em Salvador mesmo, mas acho melhor mudar pra Jesus Cristo. Salvador pode dar muito na cara.
Sal – Beleza.
Dedê – Então tá fechado.
Sal – Ok!
Dedê - Vai lá filhão. Qualquer coisa já sabe, sinal da cruz. Papai estará aqui te olhando.
Sal – Obrigado Dê.
Dedê – Vai com fé que essa história vai dar um livro.
Gabriel Taco
todos os direitos reservados
Nobre Gabriel!!!
ResponderExcluirimaginei em quadrinhos...rsrsrs
contemporâneo, ágil, cativante, engraçado e extremamente sereno!!!
Parabéns por [re]contar a história Dele de maneira tão libertadora!
p.s.: faltou apenas a parte do anjo Gabriel.
ops, não pude evitar sua participação especial.